O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter o sigilo sobre a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes enviou os autos da investigação à Procuradoria Geral da República (PGR) e retirou parcialmente o sigilo do processo, justificando a necessidade de sigilo sobre a delação devido a diligências ainda em andamento. Caberá ao procurador Paulo Gonet avaliar as provas apresentadas e decidir sobre o oferecimento de denúncias contra os 37 indiciados pela Polícia Federal (PF), incluindo Bolsonaro e figuras de seu governo.
O relatório final da PF detalha uma suposta tentativa de golpe de Estado nos meses finais de 2022, com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e manter Bolsonaro no poder. As investigações também revelaram indícios de um plano para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Alexandre de Moraes. Na operação mais recente, realizada em 19 de novembro, a PF prendeu quatro militares e um policial federal suspeitos de envolvimento no planejamento dos atentados, incluindo uma tentativa frustrada de sequestrar Moraes em dezembro de 2022.
Entre os indiciados estão ex-ministros como Walter Braga Netto, Anderson Torres e Augusto Heleno, além do ex-presidente Bolsonaro. Os acusados enfrentam denúncias por crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Segundo o relatório da PF, Bolsonaro teria revisado uma minuta para a decretação do golpe e teria conhecimento das tramas em andamento.
A robustez do relatório da PF sustenta a gravidade das acusações, detalhando a participação de cada envolvido na tentativa de golpe. Com a conclusão das investigações, a PGR poderá avançar no processo com denúncias formais, solicitar novas diligências ou arquivar as acusações. As decisões sobre os próximos passos prometem aprofundar as consequências jurídicas para os envolvidos na suposta conspiração.
Comentários: