O projeto de lei que busca anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro segue em um limbo no Congresso Nacional. Apesar da pressão de setores do PL, lideranças parlamentares indicam que a matéria só será analisada em 2025, após o recesso e a conclusão das investigações sobre o atentado à bomba nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF). Deputados de centro, como Elmar Nascimento (União Brasil-BA), destacam que o foco neste fim de ano está na aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), ainda pendente desde julho.
A indefinição é reforçada pelo contexto das investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) sobre o extremista Francisco Wanderley Luiz, responsável pelo ataque ao STF. Parlamentares temem que novas descobertas sobre o financiamento e as conexões do caso possam comprometer a tramitação da anistia. Se houver evidências de ligação com os atos de 8 de janeiro, o projeto corre o risco de ser descartado. Por outro lado, aliados de Jair Bolsonaro pressionam pela rápida apreciação do texto, alegando que os dois episódios são desvinculados.
Enquanto isso, o PL trabalha em duas frentes para avançar com a proposta. Na Câmara, o projeto relatado por Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) inclui os atos golpistas no texto original, mas a tramitação está paralisada desde outubro, quando o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), decidiu criar uma comissão especial ainda não instalada. No Senado, a matéria apresentada por Hamilton Mourão (Republicanos-RS) também aguarda desdobramentos.
As opiniões divergem até dentro do próprio PL, onde figuras como Bia Kicis (PL-DF) tentam condicionar a eleição para a presidência da Câmara ao compromisso com a aprovação da anistia. Contudo, líderes partidários seguem resistentes, preferindo manter a pauta distante do calendário legislativo atual. O adiamento coloca o projeto em um cenário de incertezas, deixando as definições para um momento politicamente mais favorável.
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