O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua viagem à Kazan, na Rússia, onde participaria da 16ª Cúpula de líderes do BRICS. A decisão foi tomada após o presidente sofrer uma queda no sábado (19), resultando em um corte na região occipital da cabeça que necessitou de cinco pontos. Embora o acidente não tenha sido grave, a equipe médica recomendou precaução e aconselhou evitar deslocamentos de longa distância, permitindo, porém, que ele exerça suas demais funções. Assim, Lula acompanhará a reunião por videoconferência.
A Cúpula do BRICS, que ocorrerá de 22 a 24 de outubro, marca o primeiro encontro após a ampliação do bloco com a inclusão de novos membros, como Arábia Saudita, Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes. O evento discutirá, entre outros temas, a criação de um modelo de adesão para “países parceiros”, uma nova categoria que visa integrar nações interessadas em se aproximar do grupo, sem as prerrogativas de membros plenos. O secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Paes Saboia, destacou que este tem sido um dos focos do trabalho diplomático nos últimos meses.
Além disso, a cúpula abordará questões geopolíticas importantes, como a crise no Oriente Médio, além de tratar de aspectos operacionais e financeiros do bloco, incluindo relatórios do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e do Conselho Empresarial do BRICS. A declaração final do encontro deve reforçar a importância do multilateralismo para promover um desenvolvimento global justo e seguro, sinalizando a união do bloco frente aos desafios globais.
O Brasil assumirá a presidência rotativa do BRICS no próximo ano, fato que colocará o país em posição de liderança nas discussões e na formulação de agendas estratégicas do grupo. A participação ativa do Brasil, mesmo com a ausência física de Lula na cúpula atual, demonstra o comprometimento com o fortalecimento do bloco e a busca por cooperação internacional em diversas frentes.
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