A Polícia Federal (PF) revelou novas investigações que implicam diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro em um esquema golpista para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e convocar novas eleições. De acordo com os documentos da PF, Bolsonaro teria redigido e ajustado uma "minuta do golpe", um decreto ilegal que visava a intervenção no Poder Judiciário. O ex-presidente teria atuado ativamente, ajustando e resumindo o decreto, com o intuito de anular a posse do novo presidente e gerar um golpe de Estado.
As investigações da PF apontam que, em dezembro de 2022, Bolsonaro se reuniu com o comandante do Exército Brasileiro, general Estevam Cals Theofilo, com o objetivo de articular apoio militar para a implementação do golpe. Além disso, mensagens trocadas entre o ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e o então comandante do Exército, general Freire Gomes, indicam que o ex-presidente estava sob forte pressão de deputados para adotar medidas mais drásticas, incluindo o uso da força militar para garantir a continuidade de seu governo.
A PF também revelou que, durante a análise do celular de Mauro Cid, foram encontradas evidências de um plano para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O atentado, segundo as investigações, seria realizado pelas Forças Especiais do Exército, os chamados "Kids Pretos", unidade militar à qual Cid pertencia. Arquivos apagados do celular de Cid ajudaram a esclarecer o plano criminoso, o que ampliou o escopo das investigações.
Esses novos elementos da investigação indicam que, além da articulação para a execução do golpe, havia uma tentativa concreta de eliminar as principais figuras do governo eleito, em uma estratégia de caos e violência para garantir a continuidade do governo Bolsonaro. A PF continua a investigar o envolvimento de outros militares e aliados políticos no esquema, enquanto as evidências revelam a gravidade do planejamento golpista e dos atentados contra as autoridades do governo Lula.
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