Em um debate acalorado sobre a confiabilidade dos dados oficiais no Brasil, Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), rebateu acusações de manipulação e classificou possíveis inconsistências como “ficção, e não fraude”. Segundo ele, o problema está na falta de clareza sobre a metodologia usada na coleta e interpretação dos números, o que acaba alimentando especulações e prejudicando a credibilidade das estatísticas públicas.
Rabello destacou que a transparência é fundamental para evitar mal-entendidos e politização dos dados. “Não estamos falando de má-fé, mas de uma prática que gera narrativas distorcidas. É como um livro de ficção que cada um interpreta como quer”, ironizou, ressaltando que o IBGE precisa investir em comunicação clara para que a sociedade compreenda os critérios utilizados e confie nos resultados divulgados.
O economista também alertou para os riscos que a falta de confiança nos dados oficiais representa para a governança pública e o mercado. “Se os números não são claros, as decisões se baseiam em achismos”, disse. Ele sugeriu que o IBGE e outros órgãos responsáveis adotem uma política de maior abertura, permitindo que a sociedade acompanhe o processo de produção das estatísticas em tempo real. “Transparência é o melhor antídoto contra teorias conspiratórias e desinformação”, concluiu.
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