A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets foi oficialmente instalada nesta terça-feira (12), no Senado Federal, para investigar o impacto dos jogos de apostas online nas famílias brasileiras e apurar possíveis vínculos dessas empresas com organizações criminosas. A comissão também analisará o uso de influenciadores digitais para promover as apostas, o que levanta preocupações sobre a propagação de ludopatia e a falta de regulamentação.
O senador Dr. Hiran (PP-RR) foi eleito presidente da comissão, com Alessandro Vieira (MDB-SE) como vice-presidente e Soraya Thronicke (Podemos-MS) na relatoria. Segundo Dr. Hiran, cerca de 100 requerimentos foram apresentados logo no início dos trabalhos. Ele destacou a dificuldade em rastrear as transações das empresas de apostas, muitas sediadas em paraísos fiscais e que utilizam criptomoedas, tornando o monitoramento mais complexo.
A relatora Soraya Thronicke apontou que a CPI buscará, além de investigações, conscientizar a população sobre os riscos das apostas online. Para a senadora, a criação da comissão é essencial, não apenas para regulamentar o setor, mas também para evitar danos à saúde pública. Ela destacou o apoio de órgãos do Executivo e do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que disponibilizou equipes para auxiliar nos trabalhos.
Um dos focos principais da CPI será identificar possíveis práticas de lavagem de dinheiro por meio das plataformas de apostas. A Controladoria-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República já manifestaram preocupação com o tema, e o Supremo Tribunal Federal está analisando a constitucionalidade das legislações que permitem a operação dessas empresas no Brasil. Além disso, há críticas sobre a influência de influenciadores digitais que promovem os jogos, muitas vezes sem alertar sobre os riscos envolvidos.
Esta é a segunda CPI no Senado dedicada ao tema das apostas. A primeira, instalada em abril, investiga suspeitas de manipulação de resultados no futebol brasileiro. A CPI das Bets, no entanto, ampliará o escopo ao abordar os impactos econômicos, sociais e criminais das plataformas online. Com prazo de 130 dias para conclusão e orçamento de R$ 110 mil, a comissão promete um debate aprofundado sobre a regulação e a transparência do setor.
Comentários: