O Ministério da Agricultura recebeu, nesta terça-feira (26), uma carta de desculpas do Carrefour, assinada pelo diretor-presidente do grupo, Alexandre Bompard. O documento veio após a repercussão negativa do anúncio do Carrefour França de boicotar carnes provenientes de países do Mercosul. Na mensagem, Bompard reconheceu a qualidade e os elevados padrões de produção da carne brasileira. “Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão, pedimos desculpas”, afirmou o executivo.
A reação à declaração do boicote foi imediata no Brasil. Os frigoríficos nacionais suspenderam o fornecimento de carne às lojas da rede no país, enquanto o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, considerou a posição francesa “absurda”. Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a decisão do Carrefour França não fazia “muito sentido” do ponto de vista econômico e comercial.
O governo brasileiro reforçou a liderança global do país na exportação de carne bovina e de aves, destacando os altos padrões de qualidade, sanidade e sustentabilidade que caracterizam a produção nacional. “O Brasil é reconhecido internacionalmente pela excelência de sua defesa agropecuária e por uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo”, declarou o Ministério da Agricultura em resposta ao episódio.
A polêmica evidenciou a força do agronegócio brasileiro e a sensibilidade de declarações que afetam a reputação do setor. O Brasil abriu 281 novos mercados para produtos agropecuários nos últimos dois anos, um reflexo das boas relações diplomáticas e do compromisso com a sustentabilidade. Apesar das desculpas do Carrefour, a suspensão de fornecimento pelos frigoríficos brasileiros indica que o setor nacional está disposto a proteger sua imagem e exigir maior reconhecimento no cenário internacional.
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