A campanha pelo fim da jornada de trabalho 6x1 (seis dias trabalhados para um dia de folga) mobilizou as redes sociais e intensificou debates entre políticos e representantes do setor produtivo. A proposta, que visa reduzir a carga semanal de 44 para 36 horas, é defendida pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e já conta com 134 das 171 assinaturas necessárias para tramitar como Proposta de Emenda Constitucional (PEC). O objetivo é garantir quatro dias de trabalho semanal com limite de oito horas diárias, promovendo mais tempo para os trabalhadores dedicarem à família, qualificação e bem-estar.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) declarou que acompanha o debate de perto, destacando a necessidade de uma análise abrangente sobre os impactos setoriais da medida. Segundo a pasta, é essencial envolver todos os setores na discussão, considerando as especificidades de cada área. A proposta foi também apoiada pelo deputado Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT, que reforçou o compromisso do partido com a redução da jornada, uma bandeira histórica da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do movimento sindical.
Entidades empresariais, no entanto, mostraram-se preocupadas com o impacto financeiro da medida. Em nota, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) manifestou oposição à PEC, prevendo que a redução da jornada sem corte de salários gerará custos operacionais elevados para empresas já sobrecarregadas com impostos e obrigações trabalhistas. Para a CNC, essa pressão financeira poderá desencadear demissões, especialmente em setores que empregam mão de obra intensiva, contrariando o objetivo de gerar mais postos de trabalho.
A mobilização em torno do fim da escala 6x1 tem ganhado força nas redes sociais e deve se intensificar nas ruas. Segundo o vereador eleito Rick Azevedo, um ato nacional em apoio à proposta será realizado na próxima sexta-feira, com manifestações planejadas em várias cidades. O movimento pretende reunir trabalhadores de diversos estados em prol da mudança na jornada de trabalho, fortalecendo a pressão popular pela alteração das leis trabalhistas.
A deputada Erika Hilton argumenta que a proposta trará mais dignidade aos trabalhadores, com mais tempo para a vida pessoal e menos problemas de saúde e acidentes de trabalho. Caso a PEC consiga as assinaturas restantes para tramitação, enfrentará ainda um longo caminho de aprovação, precisando de 308 votos na Câmara dos Deputados e 49 no Senado em dois turnos de votação.
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