Apesar das restrições nos recursos da poupança, a Caixa Econômica Federal anunciou que pretende manter o ritmo de concessão de crédito imobiliário com financiamento por poupança em 2025. Em coletiva nesta segunda-feira, o vice-presidente de Finanças, Marcos Brasiliano, destacou que, embora a demanda por financiamento cresça e o orçamento do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) já tenha sido quase integralmente utilizado, o banco pretende atender aos clientes com um modelo de fila organizada e sem aumento nas taxas de juros.
Para enfrentar a escassez de recursos, a Caixa elevou o valor de entrada para algumas operações de 20% para 30% do imóvel. Essa mudança visa garantir a sustentabilidade das concessões sem comprometer o orçamento. A vice-presidente de Habitação, Inês Magalhães, ressaltou que clientes com propostas em estágio avançado continuarão sendo atendidos, embora o banco possa postergar contratações até o prazo final das aprovações. Atualmente, há R$ 20 bilhões em pedidos de financiamento em espera, mas nem todos estão prontos para desembolso.
Nos últimos dois anos, a Caixa se destacou no mercado ao manter o crédito imobiliário aquecido, enquanto outros bancos desaceleraram suas operações diante das altas taxas de juros. No entanto, o crescimento dos depósitos de poupança, que financiam esses empréstimos, tem sido mais lento do que o aumento da carteira de crédito imobiliário da Caixa, o que ameaça sua posição competitiva. Para complementar os recursos da poupança, o banco busca captar letras de crédito imobiliário, enfrentando desafios após mudanças regulatórias que afetaram o interesse de investidores menores e concentraram as emissões entre grandes investidores.
Apesar dos desafios, a Caixa segue com estratégias para expandir a rentabilidade. O presidente Carlos Vieira explicou que o banco público equilibra seu papel social com a busca por retorno. O crédito imobiliário, com baixa margem de lucro, representa 67% da carteira total de crédito, comprimindo o retorno sobre o patrimônio. Para diversificar, a Caixa aposta em outras linhas de crédito e maior relacionamento com os clientes, que inclui a reformulação de processos no crédito consignado, principal fonte de crédito livre da instituição.
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