O Brasil voltou a ser reconhecido como país livre do sarampo pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O certificado foi entregue nesta terça-feira (12) em cerimônia em Brasília, após cinco anos desde a perda do status, em 2019. A recertificação ocorreu graças à interrupção da circulação do vírus no território nacional desde junho de 2022, quando o último caso foi registrado no Amapá. Autoridades destacaram o esforço conjunto de governos, especialistas e sociedade civil para retomar os níveis de imunização.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, celebrou a conquista como resultado da mobilização técnica e política. “Essa certificação reflete a competência de nosso sistema de vacinação e a cooperação com a Opas, mas também exige vigilância constante”, afirmou. Para o diretor da Opas, Jarbas Barbosa, o compromisso do Brasil serve de exemplo para outros países da região. Ele ressaltou que, apesar do avanço, é crucial manter altas coberturas vacinais para evitar novos surtos, já que o sarampo continua a circular em outras partes do mundo.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2018 e 2022, o Brasil enfrentou um ressurgimento da doença, com mais de 39 mil casos confirmados, resultado de baixas taxas de vacinação e grande fluxo migratório. Apenas em 2024, dois casos importados foram registrados, vindos do Paquistão e da Inglaterra, mas sem transmissão local. Especialistas alertam que a manutenção do status depende da continuidade dos esforços, sobretudo para atingir os 95% de cobertura vacinal recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Apesar da vitória, desafios permanecem. Doenças como a poliomielite ainda têm cobertura vacinal abaixo do ideal, conforme alertou a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). A recuperação da certificação é um marco significativo, mas também um lembrete da necessidade de investimento constante em campanhas de vacinação e vigilância epidemiológica, para proteger a população de futuras ameaças.
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