Em outubro, o Brasil registrou a criação de 132.714 empregos com carteira assinada, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. Apesar de positivo, o saldo representa uma desaceleração significativa, com uma queda de 30,3% em relação ao mesmo mês de 2023. O resultado é o menor para outubro desde 2020, quando a metodologia atual foi implementada. Nos primeiros dez meses de 2024, entretanto, o saldo acumulado de 2.117.473 novos postos formais superou em 18,6% o mesmo período do ano anterior.
O Sudeste liderou a criação de vagas, com 65.458 postos, seguido pelo Sul (34.372) e pelo Nordeste (18.345). Apenas três estados fecharam postos de trabalho: Bahia (-579), Mato Grosso (-172) e Goiás (-45). São Paulo (+47.255), Rio Grande do Sul (+14.115) e Rio de Janeiro (+10.731) destacaram-se entre as unidades federativas que mais contrataram. A retração foi atribuída, em parte, ao fim da safra agrícola em algumas regiões, o que impactou especialmente o Centro-Oeste.
O setor de serviços impulsionou o saldo positivo, com 71.217 vagas, seguido pelo comércio (44.297) e pela indústria (23.729). Em contrapartida, a construção civil registrou uma leve perda de 767 postos, e a agropecuária fechou 5.757 vagas, refletindo a sazonalidade típica do período. Entre os segmentos que mais contrataram, destacam-se os serviços de informação, comunicação e atividades financeiras e imobiliárias, com 41.646 novas vagas.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, atribuiu a desaceleração ao impacto dos juros elevados. “A taxa de juros alta tem dificultado o ritmo de crescimento na geração de empregos. Esperamos que o Banco Central adote medidas mais colaborativas para impulsionar a economia”, afirmou. Apesar da queda em outubro, o saldo acumulado mantém o país em trajetória de recuperação do mercado formal, com resultados consistentes ao longo do ano.
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