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Terça-feira, 21 de Janeiro de 2025
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Política

Atentado na Praça dos Três Poderes revela trajetória discreta e radicalização de autor

Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, surpreendeu conhecidos antes de atentado que tensionou Brasília

Redação II
Por Redação II
Atentado na Praça dos Três Poderes revela trajetória discreta e radicalização de autor
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O atentado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, realizado por Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, expôs uma trajetória marcada por comportamento discreto e posterior adesão a discursos radicais. O catarinense, descrito por vizinhos como simpático e prestativo, surpreendeu ao se explodir próximo à estátua da Justiça na noite da última quarta-feira (13). O ataque elevou o alerta de segurança na capital federal e reacendeu o debate sobre o impacto da radicalização política.  

Residente temporário em Ceilândia, no Distrito Federal, Luiz mantinha hábitos rotineiros e uma relação amistosa com os vizinhos, segundo relatos. Gleide Alves, responsável pelo albergue onde ele se hospedava, afirmou que ele era conhecido por ajudar com tarefas domésticas e por demonstrar interesse em assuntos religiosos. A mudança de comportamento nos dias que antecederam o atentado chamou a atenção. “Parou de conversar, ficou diferente. Saiu cedo, varreu a porta, e nunca mais voltou”, disse Gleide.  

Em seus últimos dias, Luiz deixou mensagens enigmáticas. No espelho de seu banheiro, escreveu uma frase com batom, fazendo alusão a Débora Rodrigues, envolvida nos ataques de 8 de janeiro. No bar que frequentava, grafou com giz seu antigo nome de urna, “Tiü França”, e cantou a música “Decida”, da dupla Milionário e José Rico, em um tom que alguns interpretaram como despedida. Amigos próximos, no entanto, não perceberam sinais claros de sua intenção.  

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A investigação policial revelou que Luiz fabricou os explosivos com materiais simples, como tijolos, que alegava serem para produção de souvenirs. Em suas redes sociais, derrubadas após o ataque, disseminava teorias conspiratórias, como o QAnon, e fazia ataques diretos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao governo federal. Entre suas interações, predominavam páginas de extrema-direita, como as relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao filósofo Olavo de Carvalho.  

O episódio lança luz sobre o processo de radicalização de indivíduos aparentemente comuns, que passam a adotar atitudes extremas. Autoridades seguem investigando possíveis conexões de Luiz com outros grupos ou articuladores, enquanto a tragédia reforça os desafios do enfrentamento à disseminação de discursos de ódio e desinformação no Brasil.  

 

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